como pode
um sujeito gostar da poesia de augusto de campos e de álvaro de campos
de joão cabral e de rené char
da simplicidade de bandeira e do orfeísmo de jorge de lima
agora é a hora do e/e
passou o ou/ou
samplear
com jeitinho
o poema
dadá de deus
mestiço
......
achei um comentário do char sobre essa época que é a nossa
XVII
Heráclito acentua a aliança exaltante dos contrários. Vê
Nelas em primeiro lugar a condição perfeita e o motor
indispensável à produção da harmonia. Já aconteceu, em
poesia, surgir no momento da fusão desses contrários um
impacto sem origem definida cuja ação dissolvente e solitária
provoca o deslizar de abismos que conduzem o poema de um
modo bastante anti-físico. Cabe ao poeta suprimir esse perigo,
fazendo intervir um elemento que seja tradicional, de razão
comprovada, ou o fogo de uma demiurgia tão miraculosa que
anule o trajeto da causa ao efeito. O poeta pode então ver os
contrários – essas miragens pontuais e tumultuosas –
completar-se, a sua linhagem imanente personificar-se, pois,
como se sabe, poesia e verdade são sinônimos.
Fragmento XVII de Partilha Formal/Furor e Mistério.
Tradução de Carlos Alberto Shimote
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