definição
quarta-feira, dezembro 16, 2009
encarnações 10 - liverdade
Verde há de se espraiar
Libertar do breu do blue
Verde há de se fazer
Verdade encarnada
Esperança feito gente
Projeto de Deus
Jesus Cristo
Viver do seu jeito
cristos morenos
braços abertos
mesclando festa e luta
na terra de vera cruz
cristos morenos
na paixão da anunciação
do Reino já bem vindo
encarnações 9 - todos filhos
encarnações 8 - ele é o meu refúgio
No meio da noite, pelo deserto,
Expostos a ladrões e traficantes de escravos.
Só ele, a mulher e o bebê recém nascido.
Fogem da perseguição, da violência,
da morte por decreto.
Oram e caminham sem descanso
Centenas de quilômetros
até chegarem lá.
Lá tem comida, um lugar para ficar
Uma esperança... mas não é o lar.
O deus-menino e sua família de refugiados
Revela pra milhões de outras famílias
Arrancadas de seus lares
Que todo exílio termina um dia, no dia
Em que todas as nações trocarem
seus mísseis por colhedeiras
E suas metralhadoras por enxadas.
Por isso, a luta por justiça e paz
É o pão nosso que cada dia traz.
encarnações 7 - bethlehem
antes o maná
depois os ázimos
então...
na casa do pão
nome da vila de Davi
pão...Davi
pão da vida
se faz comunhão.
Ele derrubou o muro de 8 metros que separa
israelenses de palestinos, judeus de muçulmanos, eu de você
anunciou paz para os que estão longe e para os que estão perto
e religou a todos com Deus.
hoje um menino nos nasceu.
encarnações 6 - álbum de família
encarnações 4 - o príncipe encantado
como um animal
nasce num estábulo emprestado
um sem-teto um desabrigado
não um além
mas um aquém
um rei sem
para o nosso bem
encarnações 3 - corpoema
encarnações 2 - o logos
Só existe a matéria para os materialistas
Só existe a razão para os cientistas
Só existe a emoção para os poetas
Só existe o nada para os niilistas
Só existe o tudo para os panteístas
Por isso
O logos se fez corpo
e reconciliou os sós
por nós
encarnações 1 - o verbo de Deus
o verbo de Deus
amar
formou
ar
mar terra
amor-
fa
cores flores seres
e o homem como sumo cimo
mas lúcifer o ser-torto
distorce
a relação a criação
deforma o
amor em
t-mor e
mor-t
então o verbo se fez carne
e amou entre nós
venceu no amor a mor-t
vive e voltará
pois é infinitivo
seu ensino permanece
ele disse
em todas as conjugações
amem amém
segunda-feira, novembro 30, 2009
manual do quereres
sexta-feira, outubro 02, 2009
um dia de cão
sexta-feira, setembro 11, 2009
hai kais
segunda-feira, agosto 31, 2009
prospecção
terça-feira, maio 19, 2009
wolverine e a morte do autor*
CRASHHHHHHH!
o que vai ficar
depois do fim
é o que eles colocaram dentro
não aquilo que sou
RRRRISST!!!!!!!!!!!!
ironia cruel
daí a raiva
AAAAAAARRRRRHH!!
tenho que deixar minha marca agora
e mesmo isso vem deles não de mim
POW!!!
só o uso que faço do que me deixaram
é meu
TUDDDUUM!!
então eu quebro tudo
CABLAM!!!
_____________
* Segundo a análise sempre percuciente de Fausto Wolff em Alcatéia Solo:“Ninguém vê na jaula metálica do peito um bicho solto ferido.”
jonah e o anjo nouveau
conversas ao redor da mesa
ontem encontrei com martinho
e ele me falou sobre deolinda
e a obra que faria: ‘uma ou duas coisas que sei dela’.
martinho tem ‘sola fide’ nas palavras que arranca da vida ou vislumbra por acaso.
‘sola scriptura’ é entretanto o trabalho do poema sobre o corpo: trabalho médico, ético, estético.
martinho quer desconstruir com um deus que seja linda.
depois que descobrimos o quântico é bom
ser diferente do senso-comum
o jeito é tornar-se particula-
rmente simples e complexo não disse completo.
martinho não se perturba mais com a presença do diabo porque deixou de crer em dualismos.
e percebeu que o diabo se perturba muito com essa nossa presença de espírito.
martinho é sobretudo um bluesman: a dor aguda quando a guitarra sola
sola triste porque toda beleza é triste
o paradoxo do paradigma humano. martinho é heterodoxo.
martinho constrói seu castelo forte de sensações e perceptos, o verbo feito carne ou essa presunção que dá vida.
martinho por mais estranho “ces’t moi”.
(poema feito pra martinho santafé)
sexta-feira, abril 17, 2009
o abençoado*
Quando criança
Contaram a história do que
Tinha vendido o irmão
E o seu nome era igual ao meu
Como pode alguém vender o próprio irmão?
Eu perguntava
Vender melhor que matar
Existe a possibilidade de sobreviver
Por um milagre
Um milagre
Que salva o povo
Assim fomos para o Egito
E agora o Egito está aqui
Não posso aceitar
A terra prometida é o Reino
ele é o rei
Pensando nisso
docemente
o
beijei
*significado de judas
estações da cruz - as instalações
quinta-feira, abril 16, 2009
quinta-feira, abril 09, 2009
estações da cruz
Estação 1
A Ceia
Este é meu corpo
Partido por vocês
Partilhado por vocês
Vocês meu corpo
Partido e juntado
Para o compartir
Em memória de mim
Perfeitos em unidade
Mas não uniformidade
Este é o meu sangue
Que é dado por vocês
Vinho da nova aliança
Vermelho que faz
Ver melhor a verdade
Verdade que habita
Cada corpo como cores
Do arco-íris
Filhos da luz
Suas cores diferentes
São uma em mim
O prisma
O amor
..........................................................
Estação II
Jardins
Um homem no jardim
De novo como no começo
Um homem pede
Que o sofrimento passe
No outro jardim
Um homem sabia
O que não fazer
Mas fez o que queria
Só o que queria
Agora neste jardim
Um homem sabia
O que fazer
E ele fez o que não queria
Muito mais do que podia
Você aqui
No planeta-jardim
Já pensou nisso?
Você aí
Quem é?
Adão ou Cristo?
......................................................................................
Estação III
Ecce Homo
O suspeito foi preso
Agredido e torturado
O suspeito foi julgado
Um blasfemo um herético
Sem direitos – culpado
O culpado foi considerado
Um problema político
E sentenciado pelo Estado
.......................................................................................
Estação IV
Se quiser me seguir
A cruz nas costas
As costas nuas
A carne viva da verdade
As farpas chibatas
A raiva a vaia vil pra vida
O rosto fosco
O olho roxo
O sangue pisado
E ele humilhado
Esse é o caminho
Estação V
O outro Simão
Não sei não
Se eu fosse Simão
Em plena luz do dia
Será que a levaria?
Carregando a cruz
Ao lado de Jesus
A gente vê a luz
Esse sujeito
Um preso político
Um problemático
Não o conheço
Não tenho nada com isso
O homem em silêncio
Diz que tudo isso
Tem a ver comigo
- o servo sofredor
é o messias prometido
.................................................................................
Estação VI
Verônica
Ela já o tinha visto
Ouvido e crido
Ela não podia agora
Desampará-lo
Caído ferido
Cansado sedento
Ela corre ao seu encontro
Engana os guardas
Nas mãos a cuia com água
E uma toalha molhada
Ele bebe
Pousa o rosto no pano
E a olha nos olhos
Agradecido
Depois o rosto do amor
Ali como um retrato
De sangue suor e cuspe
Agnus dei qui tollis
Pecatta mundi
Miserere nobis
....................................................................................
Estação VII
Profecia sobre o povo encolhido
Não chorem por mim
mulheres de Jerusalém
chorem por seu filhos e netos
chorem pela desolação que vai vir
chorem pela dispersão
chorem pela inquisição
pelos campos de concentração
pelos filhos-bomba de Ismael
explodindo Israel
chorem todo dia pelo morticínio
pelo antisemitismo
até que eu venha
e faça
paz
...................................................................................
Estação VIII
Exposto
Nu na cruz
Carne e osso
Herege proscrito rebelde maldito
‘perdoa Pai
eles não sabem...’
Herege proscrito rebelde maldito
e o ladrão
nosso irmão
pede perdão
‘ perdôo e te digo
ainda hoje
você vai estar comigo
no paraíso’
………………………………………
Estação IX
A família de Deus
Em meio à dor
Maria acolhe o novo filho
Em meio à dor
João adota a nova mãe
Somos assim aceitos e adotivos
Na nova família
Amados como o discípulo
Filhos do coração traspassado
Almas espíritos e corpos
transformados
..............................................................................................
Estação X
Silêncio e entrega
1.
O sol nos olhos
oculta tua face
a nuvem escura
encobre tua vontade.
Hoje, agora,
Não estás comigo
Não ouves meu clamor
Estou sozinho
Nada faz sentido.
2.
A palavra
túnica inconsútil
cobrindo o real
soldados brincam
um lance de dados
e na cruz o real grita
– está consumado –
no princípio
a palavra é
que inventa o real
no fim
a palavra é
(silêncio)
transfigurada
.........................................................................
Estação XI
Réquiem - O sonho acabou
A cruz vazia
O corpo frio
Dentro do oco da pedra
Todos choram
Eu velo
A vida vazia
O pesadelo
no fim da história
.........................................................................................
Estação XII
Metamorfose
Em meio a escuridão milhares de reflexos
sobre todo o seu corpo feito constelação
um brilho um calor outra e a mesma dimensão
borboleta fora do casulo
E dali vem a realidade
Em verdadeira beleza da vida em liberdade
um brilho um calor outra e a mesma dimensão
o Cristo o Senhor nossa ressurreição
Não há motivo pra saudade
Ele está vivo
Venceu a morte e toda maldade
Este é o segredo
que se vive em comunidade
Novas criaturas iluminando a cidade
Um brilho um calor surge em meio à escuridão
É Cristo o Senhor nossa ressurreição