“Ai palavras, ai palavras/ que estranha potência a vossa(...)/o mel do amor cristaliza/seu perfume em vossa rosa.” Cecília Meireles
num pote de maioneggs sem rótulo cheio de álcool
a mãe fechou uma rosa champagne do buquê de casamento da filha
o efeito foi imediato
ela desabrochou belíssima para sempre
guardamos por muito tempo
até que numa mudança num ato impensado
de curiosidade infantil
o abri
(a rosa)
cada pétala
(cristalizada)
trincou e partiu.
formando-se uma espécie de vitrilho
quebra-cabeças de 15.000 peças.
pouco
depois nos se/par/amo/s
depois
não mais
e essa imagem belíssima paira
intemporal
sobre nosso amor
nem conservar nem cristalizar
const-
ruir isso.
restam duas perguntas essenciais:
1. tudo seria diferente se o pote tivesse sido mantido fechado?
2. de que cor era a tampa do pote?
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